Era alguma coisa
de pouco asseio, de mole.. alguma coisa a tornava interessante... Tinha cara
de gozo, de quem acorda em cama alheia sem ter dormido e veste um camisão emprestado pra ir embora.
Cara de noite em claro, cabelos que não conheciam escova e boca.. ah! Boca de
quem beijou a pele de outras bocas...
E pouco se
falavam, conhecera-a num breve olá , e,
de olás
se riam. Mas já se iam duas madrugadas sem que conseguisse esquece-la ou
lembra-la ao certo. Talvez devesse
chama-la para um café ou para um chope.
Mas então seria correr o risco de ouvi-la. Bastavam-lhes os olhos, os
possíveis vinte e dois anos e o jeito de quem faz pouco caso de tudo por
simples falta de paciência e conhecimento de causa ou circunstância. Ela não precisava dizer nada.
Só deixar os olhos esverdeados entreabertos.
Então não era um café que deveriam tomar. Talvez chama-la para fumar . Mas faltava-lhe cigarro e juventude para trocar.
Então a lembrança da fumaça não queimada era o que restaria impregnando
suas próximas madrugadas... até que se
cruzassem mais uma vez, que se rissem novamente e, quem sabe, houvesse então um
cigarro ou não mais a necessidade
dele...