terça-feira, 28 de agosto de 2012

Um acarajé e a conta!

Rio Vermelho, Salvador-Ba, hoje à tarde (e ontem e antes de ontem também). Jovem corredor, atlético, bonito. Baiana de Acarajé, quarenta e poucos anos, filha de Iansã com certeza.
 
 - Um acarajé e um silêncio cheio de prosa.
 
 
"Agora é sério! Eu não sei mais o que fazer para essa baiana de acarajé me dar um sorriso, um meio sorriso, ao menos responder o que eu pergunto! Já tentei de tudo - bom dia, boa tarde, boa noite, tudo bem, olá, como vai, e a família, e esse bahia, o vitória, o Ajax, vai chover, já tentei pedir acarajé com camarão, sem, dois acarajés, abará, cocada, pizza, e ela não desfaz a tromba!! Não, ele deve ser paulista! E daquelas que tem horror a baiano, e pela necessidade acabou sendo levada a vender acarajé, e odeia ser chamada de baiana. Achei foi pouco, preta!! Mas no fundo, sempre acho que são problemas sexuais. Acho que vou tentar passar uma cantada.
  Pelo sim, pelo não, dois acarajés e agora só me inscrevendo para a São Silvestre!"
 
 
Deve ser piada, nego! Todo santo dia o fulano me chega pedindo acarajé e cheio de graça. Deve achar que tá podendo! Boca cheia de dente, com covinha no rosto, regata suada colada no peitoral largo, pernas bem torneadas das corridas de quem vai da Barra a Itapoã... e acha que eu vou dar osadia?! Aonde?! Com certeza é um playboizinho do Corredor da Vitória, desses que acham que ganhei o dia porque ele tá puxando prosa! Deixe ele se achar! Que quando eu tiro esses  cinco quilo de renda branca e solto meus cabelos trançados, tem muito nego que não se segura nas tamancas... e aí, meu pai, a Baiana de acarajé aqui vira Mundinha de Itinga na roda de samba!

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