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Talvez eu não seja a hora de ninguém
Dormir e acordar é muito chato
Queria sumir aos vinte e quatro
E aos vinte e cinco
Falar de mim aos desafetos
Aquela hora que passa
E que por sessenta minutos
Você pensa lhe pertencer de alguma forma
Não sou eu
Eu nem sou minhas horas
Quando elas vêm
Já foram
Minhas horas são relógios quebrados
Que quebrei por raiva do barulho
Nem amores
Nem baladas
Nem horas
Uma tuia de dias e meio-dias
Com sol forte na cabeça
Eu queria ser o amigo do anjo
Para andarmos juntos nos inferninhos
Mas sou o mármore secular
E a cara doída da Pietá
Doida a Pietá
Senhora sem tempo
Sem hora
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