Tudo nela era uma crescente, das
enxaquecas às paixões. Tudo buscava seu
paroxismo como numa espécie de inevitável ponto gravitacional. Vivia urgente e
desesperadamente, chorava copiosamente... As coisas lhe eram superlativas!!!
Quando tinha insônia eram noites
inteiras em claro e quando dormia, sonhava tanto a ponto dos sonhos sonharem a
realidade, que por sua vez perdia a hora do dia.
Foi assim que, numa hora incerta de
qualquer dia desses, amou. E amou tão intensa e tresloucadamente que não teve
dúvida de que seus pés correriam para além do chão, até alcançar este tão
perseguido amor. Assim correu, correu e correu exaustivamente.... até que de tanta
sofreguidão, cuspiu pra fora do peito seu coração aflito e extasiado.
Desde então não a vi, mas soube que
agora anda cantando mantras ao nascer do sol, estuda medicina ayurvédica,
cultiva cogumelos numa cidadezinha no sul da França e o coração numa salmoura.
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