sexta-feira, 13 de julho de 2012

Síndrome dos caquinhos


 Hoje deve ser o dia mundial da inconveniência e ninguém detectou no Google! Não bastasse a sexta feira preguiçosa, sorrateira e fria que se aboletou no meu sofá, enrolando-se abusadamente no meu edredom e me exigindo que lhe fizesse sala,  ainda me chega a Fada Bêbada com suas  frases-descobertas,  clamando por atenção.  Ela imagina que chega a grandes descobertas a partir de suas observações de alcova e me vem toda prosa, com ares de grande pensadora... e eu tenho de parar o que estou fazendo para servi-lhe torradas com chá de jasmim... Só assim ela se acalma, dá duas piruetas e vai embora feliz da vida – levando, claro, seu moleskine debaixo do braço, esperando por novas tiradas “geniais”!

Hoje a grande conclusão é de que depois dos trinta, tudo que dá tchiltchi no ser humano demora consideravelmente para voltar aos eixos.  Perguntei-lhe onde estava a grande descoberta (???) ... e ela, muito detentora de seus dizeres, garantiu que a premissa não se aplica apenas a perna quebrada, bunda caída ou gripe mal-curada... disse que coração quando se quebra, depois dos trinta... leva mais tempo pra juntar-se  em caquinho por caquinho!! E garantiu com a propriedade, que lhe é peculiar.  Quem sou eu para contrariar a Fada Bêbada em seus dizeres de alcova?! Quando questionei sobre suas andanças por ai, dando a entender que ela, de repente, andava consolando algum quarentão mal amado, deu duas risadas de canto de boca e disse que, apesar dos meus trinta, eu não tinha coração pra quebrar, então ficasse tranquila que o mal dos caquinhos não me pegaria de surpresa jamais!

Antes de ficar aliviada com o mal que não me acometeria, fiquei porque ela saiu voando porta a fora e fazendo voltar a paz silenciosamente sepulcral da minha sexta-feira madrugueira, que a esta altura, afinal, já nem me parecia tão inconveniente assim...

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