quinta-feira, 30 de agosto de 2012

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Agridoce

Era um doce de garota...ria por nada, de tudo,de graça. Era um riso tampão, daqueles feitos pra calar a boca cheia de vento.
Um dia, quando seus melífluos sorrisos enjoaram o namorado que lhe instigava a vomitar biles ou qualquer outro despautério amargo, deu mais dois sorrisinhos fofos e, finalmente, disse num tom quase sério
- meu doce é a síntese da sua acidez.
Ele riu um riso amarelo quase verde...

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Um acarajé e a conta!

Rio Vermelho, Salvador-Ba, hoje à tarde (e ontem e antes de ontem também). Jovem corredor, atlético, bonito. Baiana de Acarajé, quarenta e poucos anos, filha de Iansã com certeza.
 
 - Um acarajé e um silêncio cheio de prosa.
 
 
"Agora é sério! Eu não sei mais o que fazer para essa baiana de acarajé me dar um sorriso, um meio sorriso, ao menos responder o que eu pergunto! Já tentei de tudo - bom dia, boa tarde, boa noite, tudo bem, olá, como vai, e a família, e esse bahia, o vitória, o Ajax, vai chover, já tentei pedir acarajé com camarão, sem, dois acarajés, abará, cocada, pizza, e ela não desfaz a tromba!! Não, ele deve ser paulista! E daquelas que tem horror a baiano, e pela necessidade acabou sendo levada a vender acarajé, e odeia ser chamada de baiana. Achei foi pouco, preta!! Mas no fundo, sempre acho que são problemas sexuais. Acho que vou tentar passar uma cantada.
  Pelo sim, pelo não, dois acarajés e agora só me inscrevendo para a São Silvestre!"
 
 
Deve ser piada, nego! Todo santo dia o fulano me chega pedindo acarajé e cheio de graça. Deve achar que tá podendo! Boca cheia de dente, com covinha no rosto, regata suada colada no peitoral largo, pernas bem torneadas das corridas de quem vai da Barra a Itapoã... e acha que eu vou dar osadia?! Aonde?! Com certeza é um playboizinho do Corredor da Vitória, desses que acham que ganhei o dia porque ele tá puxando prosa! Deixe ele se achar! Que quando eu tiro esses  cinco quilo de renda branca e solto meus cabelos trançados, tem muito nego que não se segura nas tamancas... e aí, meu pai, a Baiana de acarajé aqui vira Mundinha de Itinga na roda de samba!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Notícias de lá (do Vale do Capão)

Meditou durante doze horas seguidas e já não sentia os braços e troncos e pernas picados pelos mosquitos gigantes! Devem ser geneticamente modificados esses mosquitos do Capão... potentes, mutantes, mosquitos putativos na boa fé da picadura.
Depois voltou ao Samsara, ao ciclo de seu auto-pertencimento e xingou da primeira à última geração de pernilongos.  Ficou olhando a pele intumescida em estampada reação alérgica e gozando o prazer da coceira levada às últimas consequencias. Tomaria dali o Vale do Capão inteiro tatuado na pele, mesmo quando não houvesse mais sangue ou ferida, e abandonar-se-ia também na epiderme largada pelo prazer imensurável do gozo.
Era assim que ia  se desfazendo pelos caminhos, trocando-se através de cada poro e orifício interpenetrados. Depois emprenhava-se das marcas todas pra fabular canções de ninar suas malícias. 

sábado, 18 de agosto de 2012

Calcinhas velhas - parte II

A Fada Bêbada manda notícias do seu retiro no Capão e pergunta se não é muito reducionista da minha parte postar que mulheres usam calcinhas velhas quando desapaixonadas.
Fadinha, o que é reduzir um ponto de vista? Observar o que acontece com uma mulher e falar sobre isso, a custo de todas as outras? Pois que seja também! Queremos falar das mulheres que usam calcinhas e das que não usam, das que usam e tiram suas calcinhas. Das mulheres novas de calcinhas velhas, das calcinhas novas sem mulheres dentro... Então, vá plantar seuas mudinhas de coentro, enquanto eu falo da moça que só se acha bonita através dos olhos do namorado sim! Ela não é menos mulher por isso... E no mais, os soutiens queimados já viraram cinzas há tanto tempo... Mulher usando cuecas também é tão demodê, que amor ou desamor, calcinhas velhas ou não são só possíveis composições dum mosaico bem mais interessante!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

mudas de coentro e porções de bem estar!

Numa mesma semana perdeu os óculos, o dinheiro do aluguel...  e nem estava apaixonada! Ao contrário, andava meio largada, unhas por fazer, calcinhas e soutiens velhos não combinados entre si... Foi assim que descobriu o quanto gostava de suas roupas puídas e dos cabelos desgrenhados. Comprou duas jardineiras e resolveu plantar mudinhas de coentro. Não sabia exatamente porque coentro...mas detestava salsinha! Então... tava tudo certo!

domingo, 12 de agosto de 2012

Existencialista, eu ?!?!?!

Linha Direta com a Fada Bêbada (em seu retiro no Capão):

Eu pensei querer ser mãe
Queria muito ser pai
Mas sou mesmo a neta da Chiquita Bacana -
(com a bênção de Seu João e de Seu Caê)

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Voando para o casulo

A Fada Bêbada esteve ontem em missão de despedida. Disse estar partindo para uma temporada na Chapada Diamantida, coisa que todo ser vivente deveria fazer... Passar, pelo menos um mês inteiro em contato com o mundo em forma de planta, de água, de terra e céu acesos.  Disse que tem estado muito a contragosto de tudo, tem se apaixonado pouco, então... vai para o Vale do Capão!
Se tudo acontece num bater de asas o tempo inteiro, então tecer um casulo e reinventar o vôo deve fazer parte dos argumentos de eternidade do dia-a-dia...

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Contos de fadas

Quando a Fada Bêbada andou apaixonada por uma moça lânguida, de pele macia e olhos enormes, imaginou que devia se tratar de uma  outra...fada! Mas como acreditar nessas besteiras? Nunca se apaixonou por príncipes, mas por sapos... então sua fada talvez fosse alguma rã ou perereca! O resto... sexo e amizade.