Não se sabe que superestrutura a mantinha de pé, mas ela estava lá plácida, serena. O próximo passo seria fechar os olhos para nunca mais abri-los. E ninguém saberia porquê. Talvez o rapaz por quem fora apaixonada achasse que ela teria morrido de amores, talvez seu analista revisse, em vão, a alta que lhe dera nos últimos meses, talvez ela quisesse ter morrido aos vinte e sete, mas, tendo perdido o bonde do pop estrelato precoce, agarrara-se à última oportunidade de morrer aos trinta e três...
Ela não deixaria carta ou qualquer indício de anormalidade. Tudo poderia permanecer imexível nas suas estantes cobertas de livros e poeiras. Tudo seria, para sempre, eterno naquela manhã quente que adentrava a janela, inclusive seu corpo inerte.
Mas ela tornou, sim, a acordar e só ao cair da tarde sentou-se à cadeira, ao pé da porta, e chorou todo o pranto que a teria matado pela manhã.
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