terça-feira, 17 de julho de 2012

... e Dom Ratão caiu na panela do feijão!!!


Vocês devem conhecer a história de Da. Baratinha... que tanto escolheu o eleito senhor detentor do seu amor, tanto escolheu... que despachou grilos elegantes, sapos falantes, porcos saltitantes e acabou encantada por D. Ratão, aquele que acabou na panela do feijão! Pois muito bem, também se não conhecem a história , sinto informar que a minha infância e a da Fada Bêbada foram mais lúdicas que a de vocês!

Chega-me , portanto, ainda agora a Fada Bêbada, murcha e lacrimosa, metida num preto básico... e muito soturna e calada -  status este não condiz com a personalidade da nossa amiga...

Voltava de um velório. Morreu o casamento de sua melhor amiga. E neste momento desisti de entender o que quer que fosse, afinal, ela que está tão além e aquém das instituições todas... ela que há anos deixou de crer na irrefutabilidade da monogamia e adotou como modelo de relacionamento perfeito o cult-classic de Sartre-Beauvoir... não haveria porque em vestir o luto pela morte do casamento de quem quer que fosse!

Mas disse que esse casamento era diferente... que era o único a fugir de todas as suas convicções... Ou então era a exceção que dignifica a regra! E disse que era lindo vê-los! Ela chegava junto e sentia que a felicidade ganhava mais corpo ainda... e bem poderia chegar aonde quer que fosse... E já havia muitos, mas muitos anos mesmo que eles eram eternamente jovens! Quando na ocasião das bodas de prata, por exemplo, fizeram uma festa à fantasia e riram tanto ou mais que na primeira festa de que participaram todos... E agora, sem que nem pra quê, no meio de uma feijoada, o casal anunciou a separação. Segundo contaram, como teriam casado muito novos, não tiveram tempo de experimentar outros universos e agora começariam a degustação, cada um na sua (nada de menages a trois ou casas de swing).  A Fada Bêbada, num estado desolador, disse ter recebido uma punhalada letal  e desmoronou aqui no meu sofá, morrendo à míngua de suas desilusões. Palavras dela.

Como eu omitisse opiniões, levantou-se insolente e disse que era mesmo uma feijoada indigesta e, ao contrário do final de Da. Baratinha, que perdeu seu amor na panela do feijão, quem sabe sua amiga e todos, ao final,  encontraríamos o feijão na panela do amor? Estou pensando até agora, então, se o que disse faz algum sentido, se é uma espécie de tostines ilógico, ou só uma apoquentação mesmo de fim de noite.... Mas acho que o que ela não entendeu é que a feijoada não fora indigesta... só acabou! E quando o feijão acaba, a fome assola e devora os convivas!

Um comentário:

  1. A primeira fada bêbada que eu vejo , mas que deixa embriagado também , andando entre um casamento e o mundo da baratinha e caindo no sofá no seu desalento de amiga , mas se o casamento é uma instituição já não é interessante , casar deveria unir pé com pé, mas deixar voar de vez em quando , quando for preciso...

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