terça-feira, 26 de abril de 2011

De pés e pós

      Quando os passos de Betina cessaram, já era lua nova e a água parada moveu-se devagar para que despisse seu corpo de estrada e náusea.
      Assim, a poeira seca virou lama e o frio virou orvalho de noite desperta.
     Betina molhou-se em pés e pós. Subiu o adro da serra e deitou-se, a dormir, n’algum outro lugar.
      Quando acordou, Betina não era mais gente. Era seixo. E seixo não fala, rola. Então voltou Betina à estrada batida de sol. Voltou para casa.

                                                         " No último pau de Arara de Irará..."
                                      (Gil)

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