domingo, 19 de dezembro de 2010

Amores Líquidos

Apropriando-me da idéia muito pertinente de Bauman, grito à Fada Bêbada que esses amores líquidos molham sim. Mas ela insiste que não e bate pé que se, por ventura, molhassem, as suítes que ela freqüenta têm secador de cabelo. Ela continua com essa mania de encher o peito pra dizer que está numa hidro espumante de motel, sozinha e trêbada...Vertendo-se, diluindo-se seca pra ninguém, como se só ela fosse a detentora da patente de estar sozinha num motel!
 Ela é a própria liquidez de que trata o dito sociólogo. Será que ele a conhece?
Ela diz que a espuma branca e quente é estimulante, que faz bem pra pele. E Freud até explicaria se ela deixasse, mas ela já o condenou inexoravelmente à grande fogueira desde que chamou clitóris de micropinto.
Cansei de tentar solidificá-la sobre qualquer base que não seja fluida. Ela quer continuar flutuante em suas espumas, escrava de uma poesia não licenciada, teimosa em seus amores diluídos e calada feito um túmulo. Se ao menos ela socializasse essas aventuras sexuais de que tanto se orgulha, eu teria histórias picantes para contar aqui. Mas não, fica do alto de sua banheira, pousando de garota propaganda de sabonete Lux – ou hidratente Monange, tentando acreditar que é o máximo porque inatingível por seus affairs. Um dia ela ainda se afoga de bêbada ou entra na banheira com o secador ligado... Enquanto não, eu tenho de aturar a simbologia da banheira que só ela não identifica como a panacéia de um corpo chafurdado em luxúrias de mentirinha.
Eu não sou moralista... Mas essa onda blasé há de desintegrá-la ralo a baixo

Um comentário:

  1. E hoje é o último dia de "Histórias de Amores Líquidos" , com direção de Paulo José no Poeira.

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