domingo, 2 de dezembro de 2012

da falta do cigarro


Era alguma coisa de pouco asseio,  de mole.. alguma coisa a tornava interessante...  Tinha cara de gozo, de quem acorda em cama alheia sem ter dormido  e veste um camisão emprestado pra ir embora. Cara de noite em claro, cabelos que não conheciam escova e boca.. ah! Boca de quem beijou a pele de outras bocas...

E pouco se falavam, conhecera-a num breve olá , e,  de  olás se riam. Mas já se iam duas madrugadas sem que conseguisse esquece-la ou lembra-la  ao certo. Talvez devesse chama-la para um café ou para um chope.  Mas então seria correr o risco de ouvi-la. Bastavam-lhes os olhos, os possíveis vinte e dois anos e o jeito de quem faz pouco caso de tudo por simples falta de paciência e conhecimento de causa ou  circunstância. Ela não precisava dizer nada. Só deixar os olhos esverdeados entreabertos.  Então não era um café que deveriam tomar. Talvez chama-la para fumar .  Mas faltava-lhe cigarro e juventude para  trocar.  Então a lembrança da fumaça não queimada era o que restaria impregnando suas  próximas madrugadas... até que se cruzassem mais uma vez, que se rissem novamente e, quem sabe, houvesse então um cigarro  ou não mais a necessidade dele...