“valeu mesmo”, ele disse quando contei-lhe que o cara com quem dancei no bar não foi para casa comigo porque sabia que eu estava acompanhada.
Dizia que eu estava sempre pensando em sexo. Eu apenas levava sempre o sexo comigo, como quem leva enrolado um saco de papel. Muita energia? Talvez eu tenha moldado meu modus vivendi em Marilyn Monroe.
Ele dizia que seus amigos se surpreendiam com o fato dele estar ainda comigo depois de tudo o que já havia acontecido.
Caminho, sim, com estranhos na rua que me abordam com um bom dia, desde que seja um bom dia novo. Desaprendi a não falar com estranhos.
Então, depois de tempos em que não nos víamos mais, andou dizendo que eu havia “submergido em meus órgãos sexuais e desaparecido” e que “eu era como um despertador caído no Grand Canyon, que tocou , tocou e pouco mais ou menos conseguiu incomodar os peixinhos”.
Senti sua falta, claro! Robou-se de mim, mas deu-se a si de presente e se dedicou ao sapateado e soube que namora uma moça linda e lânguida.